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14 março 2010

Precisa-se...

Hoje queria um ombro mais alto que o meu onde pudesse encostar a cabeça, chorar e sentir-me segura num abraço...

Alguém que me dissesse que não vou cair... Alguém que me beijasse a testa e dissesse que o futuro é já amanhã...

Tenho mil e um desabafos presos às cordas vocais... Não saem..
Não sei, não sinto, não compreendo, não aceito, não quero, enfim...
Quero sins na minha vida, preciso desesperadamente de sins na minha vida...

Relembrei nos últimos dias as imagens dos míticos bonequinhos do "Amar é...", da minha infância e da caderneta que eu admirava sem perceber minimamente o que amar era... Ao fim de aproximadamente 30 anos tenho uma ideia do que amar é, saudades de quando amar era ver o futuro nas estrelas...

No dia de hoje, para mim, Amar é... bater com a cabeça até ver estrelas... E por isso fazer um traumatismo crânio-encefálico frontal com direito a hemorragia subaracnoideia aguda ou hematoma sub-dural... Qualquer coisa que para além de me provocar amnésia, me desinibisse para me poder rir da minha estupidez e desculpasse a impulsiva feminilidade agressiva (há cá cada mecanismo de defesa...)...

Talvez quando acordasse desse meu Glasgow 14 (devido à confusão!) compreendesse o porquê de frases como "Inevitavelmente vamos ficar juntos...", "Vamos ser felizes juntos" e "Quando olho para ti vejo uma mulher magnífica"... Frases estas ditas ontem por alguém que desistiu de mim há anos...

Anida pior que a convicção do não, a incerteza do talvez é a desilusão de um "quase".
É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi.

Quem quase ganhou ainda joga,
Quem quase passou ainda estuda,
Quem quase morreu está vivo,
Quem quase amou não amou.

Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas oportunidades que se perdem por medo, nas ideias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no Outono.

Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor, não me pergunto… contesto.

A resposta eu sei de cor, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "bom dia", quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até para ser feliz.

A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são.

Se a virtude estivesse mesmo no meio-termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza. O nada não ilumina, não inspira, não aflige, nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.

Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência, porém, preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer.

Para os erros há perdão; para os fracassos há nova oportunidade; para os amores impossíveis há tempo.

De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar a alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não deixes que a saudade sufoque, que a rotina acomode,que o medo te impeça de tentar pois merecemos ser felizes.